domingo, abril 02, 2006

"Tenho necessidade de títulos"

Artigo retirado da edição de dia 02.04.2006 do Jornal O Jogo, da autoria de Tomaz Andrade

"Não é todos os dias que um jogador atinge a marca de 400 jogos no campeonato português e esse foi o motivo para Vítor Baía quebrar o período de contenção verbal que vigora no FC Porto. Em entrevista à Dragões, o guarda-redes diz estar preparado para mais conquistas

Numa altura em que Helton voltou a assumir a titularidade no FC Porto, pode parecer estranho que a revista Dragões tenha escolhido Vítor Baía para preencher o papel de figura do mês na edição de Fevereiro, colocada recentemente nas bancas, numa entrevista em que o guarda-redes aborda a longevidade na carreira, os títulos conquistados e a maneira própria de trabalhar. Com mais de 400 jogos no campeonato português, esse foi o ponto de partida e chegada da entrevista, que não parou nos temas polémicos, como as opções de Adriaanse, mencionando apenas levemente a luta com Helton. Baía é o jogador mundial com mais títulos conquistados, mas isso não é suficiente para o arrefecer. Aliás, é o primeiro a dizer que precisa tanto de títulos como um padre precisa de um crucifixo.
No Estádio da Luz, frente ao rival de sempre, Baía alcançou o 400º jogo no campeonato português, o que o leva a recuar até ao mês de Setembro do ano de 1989, a um jogo em Guimarães que marcou a sua estreia, numa opção arrojada de Artur Jorge, para traçar uma linha de evolução que o deixa com a sensação de ter tomado as opções certas. "Quatrocentos jogos é um número significativo. É um número bonito, mas na minha carreira nunca me agarrei a estatísticas. Nunca tive o objectivo de atingir um determinado número de jogos. Se algum objectivo tive, e esse assumo-o, foi o de lutar pela conquista de títulos", disse Baía. Entre 1989 e 2006 muita coisa mudou na maneira de trabalhar de um guarda-redes, levando Baía a ter de adaptar-se a novas situações. "Há uma evolução tremenda. Creio mesmo que, ao longo da história do futebol, o posto de guarda-redes foi o que mais evoluiu. O guarda-redes foi sempre quem teve de se adaptar a novas leis, a novas formas de jogar e isso interferiu de forma decisiva no modo como cada um de nós tinha de encarar o seu posicionamento na baliza. O guarda-redes é o jogador mais completo numa equipa de futebol. Pela maneira como concebo um treino de guarda-redes, e como vejo o guarda-redes do futuro, sinto que é alguém que tem de ter todas as componentes de qualquer jogador de campo, naturalmente com a excepção da velocidade", explicou.
Estilo arrojado
Baía tentou andar sempre à frente do tempo, tentando antecipar novas maneiras de um guarda-redes actuar, algo que primeiro lhe valeu críticas e só depois elogios. "Antecipei algumas coisas. Cheguei a ser acusado de ter um estilo muito agressivo e de jogar muito adiantado. Nos tempos que correm dão-me cada vez mais razão e percebe-se que aquele era o estilo certo", referiu o guarda-redes portista.
Com 36 anos, Vítor Baía admite que não tem a necessidade de trabalhar tanto como no início, mas que continua a fazê-lo por uma questão de coerência. De uma coisa que o guarda-redes precisa é de troféus. "Tenho necessidade de conquistar títulos. É isso que alimenta uma carreira e é isso que dá notoriedade a um jogador. É através dos títulos que os jogadores ficam na história dos clubes", confessou, acrescentando que tem "uma relação fantástica com os adeptos" e que deixa tudo dentro de campo "de uma forma sentida", coisas que o preenchem enquanto jogador. Aliás, Baía procura manter uma relação de amizade com todos os companheiros. "Procuro que haja uma boa convivência, de modo a que possamos ter todos uma evolução positiva. O Helton e o Paulo Ribeiro são dois excelentes amigos. Lutam pelos seus objectivos, mas não põem as questões pessoais à frente dos interesses da equipa".
Tempo ainda para dizer que Mlynarczyk foi o seu ídolo, que o primeiro título de campeão, conquistado com 19 anos, "poderá ter sido o mais importante de todos", que os troféus europeus com a camisola do Barcelona lhe deram um gosto especial e que conquistar a Taça UEFA e a Liga dos Campeões em dois anos consecutivos, com a camisola do FC Porto, foi uma coisa "extraordinária". A Taça Intercontinental não foi esquecida. "Fez de mim, segundo dizem, o jogador europeu no activo com mais títulos conquistados", frisou. E títulos são uma coisa que Baía gosta de coleccionar. "

3 comentários:

Anónimo disse...

Baía... tens necessidade de títulos e eu d te ver jogar! Coisa que não está a acontecer... passou a ser mais um misterio neste nosso Portugal.
Mas porque é uqe a vitima tens de ser sempre tu?? =S
Mas o abraço do Quaresma porva que adeptos e colegas nunca te eskecerão... ainda tenho um pouco de esperança que jogues Sábado.
Jogandou ou não irei sempre ser tua fã...!!
bjs*

Anónimo disse...

Baia não mereces o que estás a passar no Porto, mas a dedicatoria do Quaresma só vem provar que continuas a ser um lider e um excelente profissional.

Anónimo disse...

Baía..., apesar de tudo, continuas a ser o guarda-redes nº 1 português e 1 dos melhores de todo o mundo. Para mim és o melhor guarda-redes português de sempre, basta tudo aquilo que conseguiste obter, principalmente no FCP, FCB e na selecção e o facto de seres o jogador, ñ é só o guarda-redes, é o jogador em actividade c/ + títulos do mundo. Apesar de neste momento ñ estares a jogar, tens que ser ainda + líder no balneário, p/ com a ajuda de todos, sejamos novamente Campeões Nacionals e vencedores da Taça de Portugal. Força Baía... Força FCP... Espero quer sábado façam um grande jogo e que o FCP ganhe. 1 Abraço de 1 dos teus mtos fãs.