quarta-feira, junho 13, 2007

BAÍA - DIRECTOR DE RELAÇÕES EXTERNAS DO F.C.PORTO


In maisfutebol.iol.pt

Vítor Baía anunciou o final da carreira. Foram dezoito anos cheios de sucessos e de fracassos, de glórias e de polémicas, de alegrias e de tristezas, mas dezoito anos sempre ao mais alto nível. Começaram quando Baía ainda era um menino acabado de chegar à maioridade. Curiosamente num dia 11 de Setembro, mas este de boa memória, em Guimarães. Mlynarczyck e Zé Beto estavam lesionados, pelo que Quinito decidiu apostar no júnior que já há algum tempo trabalhava com o plantel principal.

Um miúdo precocemente velho, disse mais tarde o treinador, que o impressionou pela frieza e pela confiança. Vítor Baía crescera depressa. Mental e fisicamente. Ele que quando chegou ao F.C. Porto, trazido pelo amigo Fernando Santos e acompanhado de Domingos, deixou os dirigentes desconfiados pela baixa estatura. Cresceu, cresceu e hoje mede 1.86 metros. Ainda com dezoito anos ganhou a titularidade no clube portista, titularidade essa que durante 17 anos só foi interrompida por motivos de força maior.

Barcelona, lesões, Scolari e a perda da titularidade

O primeiro desses motivos foi a transferência para Barcelona, em 1996, depois de ter já sido considerado o melhor guarda-redes da Europa e de ter batido o recorde nacional (que ainda hoje se mantém) de inviolabilidade. Na Catalunha teve uma boa época, na qual ainda ganhou o prémio de melhor guarda-redes da Liga atribuído pelos treinadores, e uma época de pesadelo. Começou com uma lesão (a primeira de muitas) e prosseguiu com as desavenças com o treinador Van Gaal que o fizeram suplente de Hesp e o devolveram ao F.C. Porto. Nas Antas foi recebido de braços abertos. Numa altura em que o seu fantasma ainda pesava como chumbo, Baía era mesmo a melhor solução.

Apesar de tudo não se seguiram tempos fáceis. Durante dois anos acumulou lesões atrás de lesões. Foi quatro vezes operado, três delas ao joelho direito. Esteve quase dois anos sem competir para o campeonato e recuperou mesmo em cima da meta para o Mundial 2002. No último amigável antes da prova ganhou a titularidade a Ricardo e tornou-se o preferido de António Oliveira. O Mundial correu mal a toda a gente e Vítor Baía acabou por pagar também por isso. Depois da eliminação, só fez mais um amigável, com Agostinho Oliveira, em Inglaterra. Chegou Scolari e o guarda-redes da geração de ouro nunca mais vestiu a camisola nacional. A opção gerou uma guerra entre o F.C. Porto e a selecção, verteu litros de tinta, mas o treinador manteve-se intransigente. Foi o fim.

No F.C. Porto, porém, Vítor Baía continuou a dar cartas. Ultrapassado um processo disciplinar motivado por uma desavença com Mourinho, tornou-se titular indiscutível. Venceu uma Taça UEFA e uma Liga dos Campeões, que juntou à Taça das Taças ganha em Barcelona para se tornar um dos dez jogadores que em toda a história do futebol venceu as três competições europeias. Os anos de ouro de Baía terminaram em 2006, com Co Adriaanse, quando um jogo menos conseguido na Amadora levou o holandês a lançar Hélton na baliza. O brasileiro tem talento de sobra, pelo que Baía tornou-se um suplente de luxo. Na última época foi mais importante no balneário do que no relvado, mas nem por isso foi menos importante. Despede-se por cima, por isso. Adeus campeão.



In A Bola online
Vítor Baía confirmou hoje o abandono da carreira de guarda-redes, anunciando ao mesmo tempo a abertura de novo capítulo na sua vida, agora como responsável executivo de relações externas do FC Porto, tanto a nível internacional como nacional
«Não é um momento fácil, devido às muitas emoções. Mas agrada-me muito a possibilidade de continuar ligado ao FC Porto. Termina-se um ciclo brilhante a todos os níveis, mas vai iniciar-se outro que espero seja idêntico», afirmou em conferência de imprensa o dono da camisola número 99 dos «azuis-e-brancos», detentor do recorde mundial de títulos conquistados ao longo da carreira (31).
A carreira de guarda-redes, no entanto, não vai terminar sem que os adeptos vejam Vítor Baía mais uma vez em acção, pelo que está agendado um jogo de despedida a realizar no início da próxima época

In O Jogo online
Vítor Baía anunciou há momentos em conferência de imprensa que a sua carreira como jogador de futebol terminou. Vítor Baía vai a partir de agora ocupar o cargo de director das relações externas da SAD do FC Porto, funções que lhe assentam como uma “luva”, ou não tivesse sido ele um dos maiores guarda-redes de sempre no futebol mundial. O JOGO já em 23 de Maio último apontava este desiderato a Vítor Baía atendendo ao seu percurso e ao perfil e prestígio internacional que se lhe reconhece.

As datas mais importantes da carreira do Vítor Baía

Extraído do portal maisfutebol.iol.pt


11/09/1988:Estreia-se na equipa principal do F.C. Porto em Guimarães (1-1). A lesão de Mlynarczyck e o castigo de Zé Beto levam Quinito a lançá-lo aos18 anos.

13/09/1989: Estreia-se na Europa pela mão de Artur Jorge. Nas Antas vence /2-0) o Flacara Moreni, da Roménia, na primeira eliminatória da Taça UEFA.

06/05/1990:Conquista o primeiro dos 31 títulos da carreira, com uma vitória sobre o V. Setúbal por 1-0. Aos 19 anos, foi titular absoluto ao longo da época.

19/12/1990:A primeira das 80 internacionalizações AA. Lançado por Artur Jorge, substitui Silvino, ao intervalo, no particular sobre os EUA (1-0) na Maia.

05/01/1992: Está 1192 minutos imbatível, bate a marca de Bento (1079m) e estabelece um recorde ainda actual. Paulo Bento (V. Guimarães) marcou de penalty.

15/11/1995:Estreia-se a capitanear a selecção na vitória sobre a Rep. Irlanda (3-0) que garante a qualificação para o Euro-96.

Janeiro de 1996:É considerado o melhor guarda-redes europeu pela ESM.

08/03/1996: Desentende-se com o dirigente Pedro Morcela (Campomaiorense) e é suspenso de toda a actividade por dois meses.

De 9 a 23/06/1996:Defende a baliza nacional no Euro-96, em Inglaterra. Inicia com a Dinamarca (1-1) e termina com a Rep. Checa (0-1), do chapéu de Poborsky.

05/07/96:Assina pelo Barça na maior transferência de sempre de um guardião. 1,3 milhões de euros para se juntar a Bobby Robson.

14/01/1999:Regressa ao F.C. Porto, no mercado de Inverno, por empréstimo do Barcelona, depois da ruptura completa com Van Gaal que preferira Hesp.

24/01/1999:Volta a vestir a camisola do F.C. Porto, cerca de dois anos e meio depois do último jogo. Nas Antas é titular na vitória sobre o Beira Mar (7-0).

22/05/1999:Ajuda o F.C. Porto em Alvalade (1-1) e conquista o penta.

11/04/2000:Desloca-se à Bélgica, onde realiza a terceira operação da carreira.

02/06/2000:Volta a vestir a camisola da selecção no último jogo antes do Euro-2000. Numa vitória por 3-0 sobre o País de Gales em Chaves.

28/06/2000:Defronta a França (1-2) nas meias-finais do Euro-2000. Não consegue parar o penalty de Zidane no golo de ouro e Portugal é eliminado.

25/11/2000:É operado pela terceira vez ao joelho direito, na quarta intervenção cirúrgica da sua carreira. Lesionara-se quando escorregou num treino.

25/10/2001:Onze meses depois da operação começa a treinar na equipa B para ganhar ritmo.

15/12/2001:Octávio fá-lo regressa à baliza da equipa, frente ao Sp. Braga, 21 meses depois do último jogo para a Liga (em Alvalade).

25/05/2002:Recupera a titularidade na selecção quase dois anos depois. Num particular com a China (2-0), o último jogo antes do Mundial2002.

07/09/2002:Cumpre a 80ª e última internacionalização, no rescaldo de um Mundial que correu mal para Portugal. Agostinho Oliveira é o seleccionador.

22/09/2002Desentende-se com Mourinho num treino à porta fechada, antes da deslocação a Guimarães e é suspenso pela SAD de toda a actividade.

17/10/2002:Fica sanado o conflito com Mourinho 24 dias após o castigo.

21/05/2003:Vence a Taça UEFA, em Sevilha, na vitória sobre Celtic (3-2). É o seu segundo troféu internacional depois da Taça das Taças pelo Barcelona.

26/05/2004:Conquista a Liga dos Campeões em Gelserkichen (vitória 3-0 ao Mónaco) e torna-se no único português a conquistar as três taças europeias.

26/08/2004:Os responsáveis da UEFA entregam-lhe, no Mónaco, o troféu de melhor guarda-redes da edição 2003/2004 da Liga dos Campeões.

21/01/2006:Perde a titularidade para Hélton, na vitória por 1-0 sobre a Naval. Adriaanse não o desculpa pela derrota (1-2) na Amadora na jornada anterior.

20/05/2007:Faz o último jogo oficial da carreira. Frente ao D. Aves (4-1) garante o título e entra a quatro minutos do fim para ser também campeão

domingo, junho 10, 2007

Baía terminou o «período de reflexão» e já decidiu o seu futuro

Artigo extraído textualmente do portal maisfutebol.iol.pt

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A cada aparição pública de Vitor Baía, a mesma pergunta. Já há alguma decisão relativamente ao seu futuro? Mas o ainda guarda-redes do F.C. Porto vai pedindo paciência a todos os interessados. Apesar de garantir que já sabe aquilo que pretende vir a fazer. E foi precisamente isso que referiu esta quarta-feira, na Feira do Livro do Porto.

«Na próxima semana já poderei anunciar algo de concreto. Terminei o período de reflexão e na minha cabeça está tudo bem delineado. Não tenho dúvidas sobre aquilo que desejo para mim», explicou Vitor Baía, rodeado de dezenas de fãs presentes no Pavilhão Rosa Mota.

O guardião foi mais claro na hora de comentar a convocatória de Helton para a Copa América, onde envergará a camisola do Brasil. Baía ficou «evidentemente feliz» pela chamada do homem que lhe «roubou» a titularidade na baliza do F.C. Porto, mas lembrou que o brasileiro praticamente não terá férias. «O único senão será mesmo esse. Poderá vir a acusar algum cansaço no futuro, mas é um momento único para ele».

«Contos redondos», um livro escrito por futebolistas

Vitor Baía tem aproveitado as férias para participar em várias acções de solidariedade relacionadas com a sua fundação. Esta tarde, o atleta apresentou o livro «Os contos redondos», uma obra de natureza inédita, pois foi escrita por jogadores de futebol.

Além do guarda-redes, também Deco, Cristiano Ronaldo, Quaresma, João Moutinho, Nani, Moreira, Manuel Fernandes, Ricardo Costa, Hugo Almeida e Bosingwa participaram com um conto infantil. E aqui o que conta é mesmo a intenção, pois os lucros reverterão todos para a Fundação Vitor Baía e, por inerência, para outras instituições de beneficência.
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